Muitos especialistas da área da sexologia estão a recomendar o uso de vibradores a mulheres idosas, já que, como todos os órgãos, a vagina, quando não é usada, «atrofia».
Apareceu em Inglaterra no séc. XIX, criado por um médico. O vibrador foi reconhecido como eficaz para tratar a irritabilidade, melancolia, ansiedade e crises emocionais, sintomas que, na altura, eram (erradamente) associados à histeria feminina.
Com a revolução sexual e o reconhecimento do direito da mulher ao prazer e ao orgasmo, o vibrador conquistou um lugar nas camas de mulheres, homens e casais. Actualmente, as mais idosas estão a usá-lo por recomendação médica.
Segundo o ginecologista e sexólogo Eliezer Berenstein, como todos os órgãos que não são usados, a vagina pode atrofiar se a mulher não tiver vida sexual.
«O assoalho pélvico sustenta os órgãos como a bexiga, útero, intestino e recto. Se a mulher não tem vida sexual, pode ficar com essa região mais flácida, o que pode levar à incontinência urinária, por exemplo», explicou o especialista.
«O uso de vibradores por idosas, mesmo por aquelas que têm uma vida sexual activa, só lhes faz bem e aos seus parceiros. Os homens na andropausa podem ter dificuldade na erecção e se a mulher já tiver sido estimulada pelo vibrador, torna o sexo mais fácil para ele também», apontou.
O médico, autor do livro «Inteligência Hormonal da Mulher», explica que é necessário mais do que o simples estímulo do clitóris. «A penetração é importante não só por causa da manutenção da musculatura do assoalho pélvico, mas porque 70% da endorfina que a mulher liberta na fase pré-orgásmica vem do colo do útero, e 30% do clitóris».
«Ter prazer aumenta o nível de endorfina, substância importante para a manutenção da serotonina, que é a molécula do bom humor», acrescentou Berenstein.
A ginecologista e sexóloga Glene Rodrigues também recomenda o uso do aparelho na terceira idade. «Se elas sentem desejo sexual, a orientação é que lhe dêem vazão e o uso do vibrador vai manter a funcionalidade da vagina. Se ela encontrar um parceiro, a relação sexual será facilitada».
«A idade não dessexualiza ninguém. A mulher pode diminuir a frequência de sexo, mas pode melhorar a qualidade. Ela pode masturbar-se com menos do que quando era jovem, mas pode ter um orgasmo tão bom ou até melhor do que na juventude», sublinhou a especialista.
O ginecologista Eliano Pellini, chefe do sector de Saúde e Medicina Sexual da Faculdade de Medicina do ABC, no Brasil, refere que as mulheres na menopausa que ficam muito tempo sem vida sexual podem ter mudanças na vagina.
«Ocorre a infantilização do órgão. Vimos muitas mulheres na faixa dos 70 anos a reclamar de dores pélvicas e de incontinência urinária, porque a vagina atrofiou e secou», apontou.
Nestes casos não é recomendado o uso do vibrador, porque é necessário «preparar a vagina, massajando-a com cremes à base de hormonas femininas».
«Se ela se sentir confortável, pode prolongar o tempo até sentir o orgasmo. A partir daí, quanto ela tiver essa intimidade e a vagina tiver lubrificação e plasticidade novamente, pode usar o vibrador», declarou Pellini, sublinhando que a atrofia genital costuma estar acompanhada de «dor e desconforto ao tocar a região do clitóris».
«A vagina sem estímulo atrofia. O vibrador em forma fálica usado para penetração torna-se um molde para as que querem ter vida sexual. Aquelas que desejam apenas ter orgasmo podem comprar um estimulador de clitóris. Infelizmente, algumas continuam tão culpadas em relação ao prazer que sentem depois de usar o vibrador que o escondem», explicou o ginecologista.
FONTE: www.psicologia.pt
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